O poema A Divina Comédia, de Dante Alighieri, acaba de ganhar uma nova edição. O texto da obra foi modificado, com a supressão do Inferno, a partir de sugestões feitas por leitor sensível. A função de “leitor sensível” foi recentemente adotada pelas principais editoras do país a fim de evitar a publicação de obras que vocalizem discursos ofensivos.
Miranda Zenta, proprietária da Editora Mimi Zenta, selo pelo qual o épico está sendo relançado, concedeu-nos uma rápida entrevista:
JM – Qual o papel do leitor sensível no processo de publicação de um livro?
MZ – O leitor sensível é consultado pela editora antes do livro ser publicado. No caso da Divina Comédia, nosso leitor sensível identificou que as partes do Purgatório e do Inferno eram ofensivas, pois insinuavam que muitas vítimas da sociedade tinham um destino cruel, o que é preconceituoso e discriminatório. Então substituímos o Inferno por um reino de pôneis encantados para onde vão todas as almas que vivem uma vida politicamente correta, o que é uma abordagem muito mais construtiva.
JM – E o que aconteceu com o Purgatório?
MZ – Decidimos mantê-lo, pois concluímos que ele não era tão opressor. É importante ressaltar que nem todas as sugestões do leitor sensível são acatadas. Nossa análise das alterações propostas é bastante criteriosa para não descaracterizar a obra original. Outras sugestões descartadas foram retratar Lúcifer como um latifundiário heteronormativista, o que não fazia mais sentido sem o Inferno, e abordar questões de gênero e homoafetivas na relação entre Dante e Virgílio.
JM – Você não teme que alterar um clássico da literatura universal seja mal recebido nos meios cultural e artístico?
MZ – De forma alguma. Recebi um excelente feedback dos organizadores da FliP, que celebraram as modificações e disseram que agora a Divina Comédia finalmente poderá ser apreciada no evento, já que a obra original tinha um forte viés religioso, o que contrariava o espírito laico da festa.
* Texto enviado por Bruno Arrienti Ferreira
Prezado Joselito Muller: Contesto o texto sobre a supressão da palavra “Inferno” da Divina Comédia. A sugestão impositiva foi requerida pelo pastor POSSIDÔNIO SAMBURÁ, da Igreja Universal as Tetas de Deus, de Conceição do Fiofó, bairro de Paulista, Pernambuco.
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Chegaremos lá!!!!
Tenha fé.
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Além do que, a citada obra é muito extensa. A nova versão terá apenas 25 páginas, com linguagem popular e acessível. Já se fala em uma versão cinematográfica da Disney, com trilha sonora de algum rapper da moda. Esta versão cairá na próxima prova do ENEM, na qual o empoderamento de Beatriz será o tema dominante.
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